terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Apostadores gaúchos dizem ter acertado as seis dezenas da Mega-Sena de R$ 53 milhões

(23.02.10)



A Polícia Civil e a Caixa Econômica Federal investigam o caso de 40 apostadores de Novo Hamburgo que dizem ter acertado as seis dezenas do concurso nº 1.155 da Mega-Sena, num bolão feito na lotérica Esquina da Sorte, que acabou não sendo registrado. Cada apostador teria direito a aproximadamente R$ 1,3 milhão.

Os números sorteados foram 20, 28, 40, 41, 51 e 58.

A Caixa informou ontem (22) que suspendeu temporariamente os serviços da lotérica. Segundo a CEF, a suspensão impede que serviços bancários e apostas relacionadas a loterias sejam feitos no local. A reclamação parte de um grupo de pessoas que alega ter ganho o prêmio de R$ 53 milhões da Mega Sena, sorteado no sábado.

Eles dizem que num dos jogos feitos na lotérica há os mesmos seis números sorteados pela Caixa no sábado. Segundo a Caixa Econômica Federal, porém, não houve acertadores na faixa principal e o prêmio acumulou.

A polícia já abriu inquérito e trabalha com a hipótese de estelionato. Todos os envolvidos começam hoje a ser ouvidos. A versão apresentada pelo advogado de defesa do proprietário da lotérica pode mudar o rumo das investigações. É que - segundo ele - as cartelas com as combinações numéricas para as apostas nos bolões são compradas prontas de gráficas.

Ouvido pelo jornal O Globo, o advogado da lotérica, Marcelo Dias, diz que "a casa lotérica fica responsável pela venda e registro no sistema da Caixa Federal e é justamente aí que pode ter ocorrido o erro". Ele sustenta que "não houve má fé, mas teve erro de má digitação ou erro da gráfica".

O escritório de Advocacia Luciano e Peixoto Advogados, procurado por 17 dos 40 apostadores, tentará hoje (23) , na Justiça Federal, bloquear o prêmio da Mega-Sena.

Os apostadores - supostos ganhadores - têm como comprovação do jogo apenas um impresso fornecido pela lotérica com os números supostamente apostados no estabelecimento. A Caixa, porém, só aceita o comprovante emitido pelo terminal de apostas como documento para recebimento de prêmios. Até agora, ninguém apresentou este comprovante - que deveria estar guardado no cofre da lotérica.

A CEF diz que, oficialmente, não houve acertadores. Segundo o gerente da lotérica, Éderson da Silva, "o comprovante original da aposta está num cofre, que ainda não foi aberto porque o dono do estabelecimento ainda não esteve no local". Ainda de acordo com o gerente, o proprietário participou nesta segunda-feira de uma reunião com representantes da Caixa no Rio Grande do Sul.

O delegado titular da 2ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo, Clóvis Nei da Silva, pretende ouvir nesta semana as vítimas, além de representantes da Caixa e da lotérica. O bolão feito tinha um jogo com oito números, quatro com sete números e outras dez apostas tinham seis dezenas. O caso pode ser deslocado para a competência da Polícia Federal.

A CEF divulgou ontem uma nota sobre o caso: "a Caixa Econômica Federal esclarece que o comprovante emitido pelo terminal de apostas é o único documento que habilita o recebimento de prêmios. A ocorrência será objeto de apuração e caso se confirme a existência de irregularidade será aplicada a penalidade prevista nas normas internas, que podem ir de uma simples advertência até a revogação compulsória da permissão, de acordo com a gravidade do fato".

A CEF em nenhum momento trata de um detalhe real: historicamente, dentro das lotéricas, os apostadores são convidados - e até assediados - a participar dos bolões (maior número de apostas, pagando menos) num contexto que tem a aparência de que o sistema é chancelado pela instituição governamental.

A polícia de Novo Hamburgo trabalha com a hipótese de que o dinheiro é arrecadado e que os jogos - ou parte deles - não são feitos, ficando o lucro (e não apenas a comissão) para o dono do estabelecimento comercial. A Caixa Federal nunca teria fiscalizado isso.

Fonte: Espaço Vital ( http://www.espacovital.com.br/noticia_ler.php?id=17363 )

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